terça-feira, fevereiro 15, 2011

Hoje Waldemar Henrique(106Anos) e Teatro Da Paz(133Anos) celebram aniversário.

 Hoje Dia 15 de fevereiro se comemora a fundação do Theatro da Paz e o nascimento do maestro Waldemar Henrique (1905-1995). A coincidência não passaria de mera curiosidade, não fosse o forte vínculo entre o músico e o teatro centenário. Em 1965, o maestro passou a gerenciar o Da Paz, quando foi nomeado diretor do Departamento de Cultura da Secretaria de Estado de Educação e Cultura. Tornou-se então íntimo do espaço: foi no camarim 7 que ele morou e trabalhou durante os 15 anos de sua gestão.
“Lá ele tinha sua caminha, seu escritório. Ligado à astrologia, foi ele quem escolheu o espaço para morar, era seu número cabalístico. Logo, fez do teatro uma projeção dele mesmo. Só assistia aos espetáculos da frisa número sete, embaixo dos camarotes”, conta Gilberto Chaves, diretor artístico do Theatro da Paz.
Waldemar Henrique morou no Rio de Janeiro por quase 40 anos. De volta a Belém, emprestava seu prestígio ao teatro. “Vários artistas consagrados, que faziam parte do círculo de amizades do maestro, se apresentaram em Belém a convite dele. Quase não dava para saber onde começava um e terminava o outro”, completa.
Por isso, muito mais do que comemorar os 133 anos do Theatro da Paz e o 106° aniversário de Waldemar Henrique, o concerto que será realizado hoje também celebra essa estreita ligação.
Com uma hora de duração, o programa terá a difícil tarefa de abranger a extensa obra do maestro, incluindo, além de seu repertório amazônico, canções abertas, pontos de candomblé e maracatu.
“O repertório amazônico, apesar de ser a fase mais conhecida do maestro, é pequeno”, justifica Gilberto Chaves, que assina a produção do espetáculo.
A série temática Lendas Amazônicas, que começou a ser composta em 1933, engloba apenas onze composições, dentre elas “Tamba-tajá”, consagrada nacionalmente pela cantora Fafá de Belém no disco homônimo lançado em 1976.
“Pensamos em um repertório antológico, uma viagem musical pela carreira do maestro. Waldemar era um músico versátil, compôs para teatro e cinema, além das peças de concerto.”
No recital estão Patrícia Oliveira, que vai interpretar “Primavera”, “O Uirapuru”, “Fiz da Vida uma Canção”, “Suave Spleen”, “Meu Último Luar” e “Maracatu”; e Carmen Monarcha, com “Nega Fulô”, “Senhora Dona Sancha”, “Tamba-tajá”, “Boi-bumbá” e “Foi Boto, Sinhá”, acompanhadas no piano por Ana Maria Haddad.

Waldemar X Da Paz
A relação entre Waldemar Henrique e o Theatro da Paz rendeu apenas um registro, o LP “Projeto Uirapuru: O Canto da Amazônia”, relançado em 1997 pela Secult e que atualmente está fora de catálogo. Outro raro registro é o documentário “Waldemar Henrique da Costa Pereira” (TV Cultura). O filme, restaurado em 2008, faz parte do acervo Museu da Imagem e do Som do Pará. O MIS também é o fiel destinatário da Coleção Waldemar Henrique, com centenas de fotos, partituras, correspondências e até mapas astrais produzidos pelo maestro. No ano passado, a coleção ganhou uma versão digital, o DVD “Coleção Waldemar Henrique”

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